sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Não importa o que os outros veem

Antes de colocar a minha ideia em pauta, vamos fazer um pequeno turismo por aí, pela periferia, vindo de fora para dentro, interligando algumas situações que tem tudo a ver com as atitudes que tomamos ou deixamos de tomar.

Quantas vezes você já parou para pensar o que realmente pensa sobre si mesmo? Será que a sua conclusão é realmente correta ou tem a ver com o que os outros dizem a seu respeito? Se você se olhar por dentro agora, o que vê? Uma pessoa que lhe agrada ou tem algumas rugas de preocupação pelo que ouviu de alguém ontem? E o que foi dito está mais ou menos em sintonia com o que você acha sobre si ou entrou em choque com a sua visão intimista?



Pronto, já fiz o meu turismo. Agora, vamos aos fatos. Quantas vezes na vida você se pegou fazendo inferências em frente ao espelho sobre o seu corpo, o seu rosto, os seus cabelos? Está fora do peso ou magro demais, é muito alto ou baixo em excesso, precisa vencer a timidez ou ser menos extrovertido, usar roupas mais elegantes ou casuais, ser mais corajoso ou menos prepotente, enfim, encontrar um equilíbrio que satisfaça você e aos demais. Sim, aos demais!


Ninguém se acha feio ou bonito, legal ou antipático por consciência. Vemos no espelho o que os outros dizem de nós. Elogios e críticas externas são as coisas que mais pesam na nossa consciência. E ninguém venha me dizer que não liga, que se garante e dispensa qualquer comentário a seu respeito. Mesmo que dispense, ele vem e muitas vezes nos oprime, preocupa-nos, sufoca-nos, tira-nos do eixo até tomarmos uma atitude que pode vir de encontro com o que queremos ou o que pensamos.


Experimente pedir uma opinião sobre qualquer coisa na sua vida. É impressionante a saraivada de pitacos que vai receber, desordenadamente, histericamente, em tom autoritário e cheio de moral. A disposição que algumas pessoas têm de se meter na nossa vida e até projetar as suas frustrações é algo descabido e inaceitável. Se permitirmos (seja por educação ou por afeto) vão opinar, prescrever as nossas falhas e assinar a sentença do que fazer para mudar.


Mesmo que você faça o tipo discreto e não pergunte nada a ninguém, não está livre de ouvir vez ou outra uma crítica sobre o seu físico ou quem sabe uma atitude que tenha tomado e ido em desacordo com o que o sujeito pensa. E ainda se diz amigo! E ainda diz que quer o melhor para você. Imagine se quisesse o pior?! Essas pessoas, além de tóxicas e nos colocarem para baixo, influenciam negativamente na nossa personalidade por desequilibrarem os conceitos físicos e psicológicos que temos incrustados na mente. Deixam-nos confusos e inseguros.


Este ano, decidi fazer mudanças na minha vida: comecei trocando de emprego, sendo menos vaidosa e me afastando de pessoas que não me fazem bem. As três coisas estão tendo resultados positivos impressionantes: permiti-me mudar de atividade desenvolvendo coisas novas, não perco mais horas em frente ao espelho para agradar os outros e livrei-me de quem só apontava os meus defeitos. O preço, claro, foi uma reclusão temporária e necessária para que eu pudesse solidificar os meus propósitos sem me deixar influenciar por ninguém.


É difícil? Sim, especialmente se não tivermos paciência para separar o joio do trigo. Costumo dizer que a vida é feita de lições. É importante prestar muita atenção a esta: procure enxergar as coisas por si mesmo e não pelo que os outros veem. Isso evita uma série de implicantes que vêm em consequência da nossa omissão, como o esfumaçamento da personalidade e o arrependimento, por exemplo. Ainda bem que a lição subsequente a esta é: seja você mesmo, sem vergonha de ser feliz. E os outros? Que outros?

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