Trago um cigarro
Abro aquela velha garrafa de vinho
Que deixaste da ultima noite
Olho no espelho e não me reconheço
Batom carmim, colo desnudo
Lágrimas desfazendo o rosto da boneca
Ainda a esperar a porta se abrir
O perfume invadindo a sala
Tomando-me pela cintura
Invadindo a boca em um beijo quente
Manchando a pele branca de carmim
Rasgando o vestido vermelho de cetim
Feito fera ferida
Vinga-se em meu corpo
Berros e gritos insanos
Mistura de ódio e desejo
Paixão ordinária
Que chega devastando
Entorpecendo e sugando
Meu sangue, meu ar
Pelos poros arranca-me
Todas as forças
Gritos e gemidos abafados
Pele vermelha
Revelando a possessão
Ardendo a carne tremula
Embriagada de sangue
Adormece sobre a mesa
Em meio a taças, restos de vinho
E cigarros baratos
Escrito por Señorita Malagueta
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