terça-feira, 20 de julho de 2010

"Carmim"

Trago um cigarro




Abro aquela velha garrafa de vinho




Que deixaste da ultima noite




Olho no espelho e não me reconheço




Batom carmim, colo desnudo




Lágrimas desfazendo o rosto da boneca




Ainda a esperar a porta se abrir




O perfume invadindo a sala




Tomando-me pela cintura




Invadindo a boca em um beijo quente




Manchando a pele branca de carmim




Rasgando o vestido vermelho de cetim




Feito fera ferida




Vinga-se em meu corpo




Berros e gritos insanos




Mistura de ódio e desejo




Paixão ordinária




Que chega devastando




Entorpecendo e sugando




Meu sangue, meu ar




Pelos poros arranca-me




Todas as forças




Gritos e gemidos abafados




Pele vermelha




Revelando a possessão




Ardendo a carne tremula




Embriagada de sangue




Adormece sobre a mesa




Em meio a taças, restos de vinho




E cigarros baratos



Escrito por Señorita Malagueta

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