Atrevida, vivaz, charmosa, divertida , prática estou sempre buscando coisas interessantes ; alguém que gosta de está constantemente no centro das atenções, mas suficientemente bem equilibrada . Também sou bondosa, atenciosa , delicada , compreensiva ; alguém que esta sempre aqui para te animar e te ajudar.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Faz tempo que não me apaixono!
Outro dia em uma conversava com comigo quando meus olhos se fixaram em sua xícara de chá de hortelã. No entanto, não enxergava a xícara: aquele era o olhar parado de quem vê o que está dentro e não fora. Meus olhos poderiam ter pousado numa xícara, numa mosca morta, num tícket de cinema jogado no chão ou no cotovelo dele , tanto faz. Foi assim, olhando para dentro, que eu me dei conta de um fato insólito: “Faz tempo que não me apaixono!”.
Como um dardo, a frase passou pela xícara, cruzou a pequena mesa, atravessou, furiosa, as roupas dele : faz muito tempo que não me apaixono também . Veja só , ele ainda usou um ponto de exclamação em sua frase, eu, nem isso. Para falar a verdade, nem me lembro da última vez em que me apaixonei, não lembro por quem foi , por que acabou , não restou rastro algum na memória. Como é mesmo essa coisa de se apaixonar? Costumava ser aflitivo , todavia curiosamente bom
Sem perceber, criei um antídoto para a paixão: eu deixo que o homem que me interessa se mostre, seja lá qual forem suas muitas faces. As queixas mais absurdas, os comportamentos mais bizarros, os desejos mais inconfessáveis, ou apenas as dores comuns, a tudo eu dou guarida, como um bom e discreto padre. Nada me choca, nada me conforta, nada me irrita: eu apenas ouço. E, quanto mais ouço, menos espaço há para a paixão florescer (apaixonar-se é um fungo que se multiplica na humidade da ilusão). A teoria, na prática, funciona muitíssimo bem: cá estou eu, não sinto nada, faz tempo. Nada de qualquer coisa que se sinta.
Alan diria: “ Há de aparecer alguém cujo rosto revelado seja tão belo e bom que você irá se apaixonar. E, quanto mais o conhecer, maior o sentimento será”. É, pode ser. Eu gostaria, eu abriria minhas mãos: é estranho esse limbo inodoro, imaterial, insosso no qual me encontro .
Cresci com minha mãe não apenas gostando do meu pai mais tamben o odiando . Nas minhas paredes há o After forever e o Marlon Brando como Stanley Kowalski. Há também umas pequenas fotos de mim criança e uma de meu pai relaxadamente fumando no meio da rua – fumando .
O motivo maior de me apaixona e porque toda vez que isso ocorre alguem sai ferido .
Quem sabe um chá de hortelã possa me ajuda .
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Acho que uma xícara de chá seria uma delicia :D
ResponderExcluir