quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Lubrificantes

Até pouquíssimo tempo associado à prática do sexo anal, os lubrificantes conseguiram se livrar do preconceito e, aos poucos, introduziram-se na rotina sexual dos casais. Você não precisa estar disposta a testar as posições do Kama Sutra para fazer uso de um lubrificante. Geralmente à base de água, o produto é um ótimo recurso para melhorar o ato sexual. E não pense que você é a única que agradece. Os homens também percebem a diferença, e aprovam.







A história do lubrificante


Inventado em 1916, o KY foi o primeiro lubrificante a ser comercializado no mundo. Apesar da precocidade, nessa época sua utilidade era bem diferente da atual. Seu uso era restrito à área médica, a fim de facilitar consultas ginecológicas e alguns procedimentos laboratoriais, como é feito ainda hoje.


Os brasileiros, porém, não tiveram a mesma sorte. Apesar de ter sido lançado há 90 anos, foi só em 1990 que o produto chegou ao Brasil. Isso significa que a geração de mulheres que hoje está na casa dos 40 e entrando na menopausa não teve contato com os lubrificantes durante a iniciação sexual. Talvez muitas delas nunca sequer tenham feito uso do produto e estejam sofrendo com a diminuição de lubrificação típica desta fase da vida.


A realidade, felizmente, mudou bastante na última década. Ginecologistas e terapeutas sexuais não apenas prescrevem como incentivam o uso de lubrificantes na relação.

Apesar da indicação médica, as mulheres ainda enfrentam resistência na hora de levar o produto para a cama. O culpado, acredite ou não, são seus parceiros. "Alguns homens têm preconceito quanto ao uso do lubrificante. Isso demonstra um problema que eles têm em relação à própria sexualidade. Eles acham que se a mulher não fica molhada, é sinal de que não o ama"
Prateleira de opções


Se por um lado eles estão cheios de preconceitos, elas estão adorando a novidade. "Antes de definirmos os detalhes do nosso lubrificante realizamos uma pesquisa informal sobre os hábitos de consumo do brasileiro. Foi quando descobrimos que as mulheres são as responsáveis por introduzir o lubrificante na vida sexual do casal. Elas estão vivendo mais e melhor, e começando a aproveitar a vida sexual em uma outra fase da vida",

Na busca por um lubrificante que agrade, elas estão dispostas a experimentar de tudo um pouco. Mas se você é da época em que o único lubrificante disponível no mercado era o KY, está na hora de se atualizar. As marcas são muitas e os objetivos também. Até mesmo o veterano KY oferece uma outra versão, o KY Warming, que aquece levemente em contato com a pele. "Pretendemos lançar novos produtos já dentro desta idéia de lubrificantes que servem para tornar a intimidade do casal ainda melhor"

Lubrificantes X géis


Saindo da vertente básica, é possível encontrar lubrificantes com funções que vão muito além de facilitar a penetração. Os comestíveis apresentam sabores e aromas como morango, chocolate, abacaxi, cereja ou menta - tem para todos os gostos! Antes de sair enchendo a cesta de compras, porém, é fundamental ler os rótulos com atenção. Produtos como géis e cremes de massagem são constantemente confundidos com lubrificantes, causando alergias e irritações nas mulheres. Portanto, todo cuidado é pouco.

"Existem dois tipos básicos de lubrificantes. Os à base de água não causam alergia nem irritação, e podem ser utilizados em qualquer momento da vida, inclusive diariamente. Já os que têm corantes, com cores e sabores variados, podem causar alergias. O ideal, portanto, é que esses sejam utilizados apenas em ocasiões especiais. Mas as reações variam. Há pessoas que têm reação com uma única aplicação, e outras que nunca desenvolvem problemas"

Além das possíveis reações, um lubrificante que não seja à base de água pode ainda provocar o rompimento do preservativo. "Lubrificantes de base mineral podem estourar o látex durante o atrito. Mas todo mundo sabe que, na falta de opção, usa-se de tudo. Cremes para massagem, substâncias oleosas e até gel de cabelo"



Sensação zero


Prolongar a ereção, retardar a ejaculação masculina, ou estreitar o canal vaginal. Essas são algumas das promessas mais recorrentes nos frascos de lubrificantes. Mas cuidado! Além de possivelmente não gerar nenhum efeito, eles ainda podem dar reações indesejáveis. "Os que prometem o estreitamento da vagina costumam ter na composição plantas típicas da região nordeste. Mas o efeito dura pouco tempo e pode agredir a mucosa"
Já o Retarder, muito procurado por homens rapidinhos, não deve ser utilizado sob hipótese alguma sem camisinha. Composto de desensibilizadores - próprios para serem aplicados sobre o pênis -, além de retirar a sensibilidade da mulher, não tem um pH compatível com o vaginal, podendo acarretar reações alérgicas, ardores ou queimações.


Apesar de antigo, uma vertente de lubrificantes ainda causa polêmica. São os de efeito anestésico. Inicialmente lançados para facilitar o sexo anal, dividem opiniões. O empresário Márcio Santos é um dos que não vê utilidade no produto. "Se você está transando, é para vivenciar todas as sensações, aquela explosão de sentidos que o sexo dá. Só que quando se anestesia, não sente nada. Isso é um contra-senso

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